Pipas: um sítio dos inícios do Neolítico Médio do Sul de Portugal
DOI:
https://doi.org/10.51679/ophiussa.2023.133Palavras-chave:
Bacia do Médio Guadiana, Neolítico médio, Protomegalitismo, Pastoreio e agricultura itineranteResumo
Apresentam-se os resultados da escavação de salvamento realizada em 2000, no povoado de Pipas, dos inícios do Neolítico Médio, situado na margem direita da bacia do médio Guadiana e atualmente submerso pelas águas da barragem do Alqueva.
Com uma única e ténue camada de ocupação, revelando breve(s) estada(s) e desinvestimento no espaço doméstico, a interpretação do sítio recorre à comparação com outros contextos, datados do último quartel do 5.º e primeira metade do 4.º milénios cal B.C., enquadrado no Protomegalismo, expresso nas primeiras sepulturas construídas com pedra para eternização da memória. Estas sepulturas encontram-se ainda longe da escala que a arquitetura megalítica perseguirá na segunda metade do 4.º milénio BC, atingindo o paroxismo da monumentalização no último quartel do mesmo milénio.
Propomos para o Neolítico Médio regional um modelo económico de pastoreio e agricultura itinerante realizada em solos magros e leves, cuja fertilidade natural se esgotaria rapidamente, obrigando à frequente deslocalização das aldeias, de frágeis estruturas, que rapidamente se desvaneciam na paisagem.
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