From aDNA to Archaeology: Genética da transição Calcolítico-Idade do Bronze no Sul de Portugal
DOI:
https://doi.org/10.51679/ophiussa.2020.63Palavras-chave:
aDNA, Sudoeste da Península Ibérica, Transição Calcolítico/Idade do Bronze, Mobilidade, AncestralidadeResumo
Os dados arqueológicos, pela sua complexidade/multiplicidade, têm sido tratados por várias disciplinas. Esta realidade permitiu aos arqueólogos construir narrativas históricas que se aproximam, mais do que nunca, das comunidades do Passado. Para esta realidade contribuem também os resultados dos trabalhos de ADN antigo que, recentemente, se têm focado no território peninsular. Estes enfatizam complexos contactos (não apenas com áreas hoje europeias), bem como distintos padrões de mobilidade segundo o sexo dos indivíduos. Todavia, a sua principal conclusão prende-se com a identificação de uma ruptura genética na transição entre o Calcolítico e a Idade do Bronze, na qual os genes locais são substituídos, em 99%, por indivíduos com ancestralidade genética do cromossoma Y da estepe Pôntico-Cáspia. Assim, é necessário contextualizar arqueologicamente esta substituição, sugerindo hipóteses que permitam compreender, em que medida, as dinâmicas sugeridas pelo ADN podem contribuir para o conhecimento do final abrupto das comunidades Calcolíticas do Sul de Portugal (entenda-se o interior Alentejano), na transição para a Idade do Bronze.